terça-feira, 14 de junho de 2011

Delia Fischer saúda Egberto em disco

Por Monica Ramalho

Desde pequena, Delia Fischer é devota dos álbuns de Egberto Gismonti. Dá para imaginar aquela garotinha com os elepês espalhados na cama, o som nas alturas, escutando repetidamente os lados A e B das bolachas. A menina cresceu e escolheu viver de música. Tornou-se uma pianista reconhecida, passou a compor e a escrever arranjos até que um belo dia resolveu cantar. Em 1999, calhou de trabalhar com Egberto. Ele produziu e lançou o álbum Antonio pela sua gravadora Carmo/ECM, que repercutiu no mundo. O nome do álbum foi escolhido por ele é uma homenagem ao filho dela. Ali nascia a amizade entre os músicos.

Delia Fischer sempre sonhou em revisitar a obra de Egberto Gismonti. Mas revisitar mesmo: vestir os temas com novos arranjos, encomendar letras para clássicos, carimbar com as suas digitais a produção do multiinstrumentista e compositor. Ganhar o Prêmio Sesc Rio de Fomento à Cultura, edição 2010, foi decisivo e esse Saudações Egberto que você tem em mãos é o resultado de um sonho. Não por acaso, “O sonho”, de 1969, foi escolhido para abrir o disco. “Foi ano da chegada do homem à lua. Apesar de tudo, a música continua atual. Sacha Amback participa lindamente fazendo um interlúdio eletrônico”, lembra ela, sorridente.

O lançamento será feito em uma curta temporada na Arena do Espaço SESC, em Copacabana, entre os dias 22 e 26 de junho. Delia estará acompanhada por Pedro Guedes (violão, baixo e violão de tatu), Pedro Mibielli (violino, cellolino, bandolim, guitarrinha e rabeca) e Naife Simões (percussão, bateria, flugelhorn e percussão vocal) – ou seja, a mesma banda do estúdio, por onde ainda passaram Paulinho Moska e o homenageado, Egberto Gismonti. Moska canta com ela a faixa “Um outro olhar (Pêndulo)”, cuja letra foi encomendada a Ronaldo Bastos especialmente para o disco, e Egberto toca o seu violão de dez cordas na faixa-título, parceria dele com Paulo César Pinheiro.

Para escolher o repertório, Delia escutou novamente todos os discos do mestre, “que são ainda incrivelmente atuais e instigantes e me fizeram querer tocar, compor e entrar no universo musical, com a grande vantagem de poder agora realizar com maturidade e colocar um pouco da minha própria visão”. Ela dedicou especial atenção à primeira fase da produção musical do compositor, a mais “popular”, dos anos 1970 e 1980, quando ele usava fartamente o formato canção, com letra ou instrumental. “Egberto é um músico que possui todas as ferramentas para a criação de obras sinfônicas, canções e ainda tem o dom da improvisação, como os grandes mestres do século XIX. Isso tudo aliado a seu profundo conhecimento da música universal e mantendo o foco no Brasil”, diz.

'SAUDAÇÕES EGBERTO | DELIA FISCHER
Temporada de lançamento
Prêmio Sesc Rio de Fomento à Cultura – Categoria Música
DATA: 22 a 26 de junho | De quarta a sábado, às 21h. Domingo, às 19h30
LOCAL: Arena do Espaço SESC - Rua Domingos Ferreira, 160, em Copacabana
INGRESSOS: R$ 16 (inteira), R$ 8 (meia) e R$ 4 (associados)
BILHETERIA: de terça a domingo a partir das 15h. Vendas antecipadas até às 19h
INFORMAÇÕES: (21) 2547.0156

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